quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Entrevista ao Jared Leto no Destak

“Ao Destak, o actor e vocalista da banda 30 Seconds To Mars, que partilha com o irmão, falou de Beautiful Lie, o disco que faz furor em Portugal. É polemic, quando diz que os downloads da Internet são um «bom problema».

Escreve música durante as suas viagens por outros países?

Tivemos o privilégio de gravar e escrever canções em diferentes países e continentes. Embora o disco seja, antes de mais, de rock americano, tem de facto elementos que trago das viagens, das culturas e das pessoas com que me vou cruzando no mundo. Lembro-me de estar em Marrocos a trabalhar em canções, ou na África do Sul que me inspirou imenso... Mesmo que não seja directamente na música, as viagens tornam-se parte de nós, e provocam-nos de forma criativa.

O disco Beautiful Lie foi disponibilizado na Internet antes de ser posto à venda. Qual a vossa opinião sobre o download ilegal de músicas?

Ainda bem que nos pede uma opinião sobre isso, porque ainda ninguém o fez, e é um assunto muito importante. O álbum foi para a Internet através de um jornalista, de uma reputada revista americana. Não sei como o descobriram, mas sei que meteu FBI e tudo. Mas em relação aos downloads não é linear. Se um álbum é posto na Internet e há pessoas que se preocupam o suficiente, para de lá o tirar, é o que eu chamaria de um ‘um bom problema’. Gravámos depois mais duas canções para o disco, uma delas uma cover de Björk para que tivesse mais impacto, pelo que acho que tudo se resolveu.

Como conjuga a carreira de actor com álbuns e digressões?

Sinto-me muito grato pela oportunidade de fazer filmes e música, a sério. Não peço desculpas a ninguém por isso, embora ache que há artistas que também o deviam fazer (risos). Os 30 Seconds To Mars são quase uma «aberração», por serem uma banda de um actor mas com público. Garanto-lhe que é uma sensação maravilhosa. Adoro estar numa banda, a experiência tem sido fenomenal. Em termos práticos é um desafio encontrar tempo para os filmes e digressões, porque gostamos todos muito de tocar ao vivo. Mas tendo a não escolher muitos filmes, sou muito selectivo, pelo que vou conseguindo dividir-me.

Não sei se tem noção, mas o single The Kill teve imenso sucesso em Portugal, quer nas rádios como nas playlists da televisão. É verdade que quase o tiraram do álbum?

É óptimo ouvir isso. Sim, é verdade que quase o tirei do álbum, porque pensei... quer dizer, bem vistas as coisas, não sei o que pensei, estava provavelmente doido (risos). Felizmente havia gente mais lúcida do que eu que me encorajou a mantê-lo e ainda bem que o fiz. Foi uma canção que nos mudou a vida.

Têm planos para tocar em Portugal?

Eu estive em Portugal há poucos anos e adorei. É um país maravilhoso para nos perdermos e recarregarmos baterias. Lembro-me que conduzi de Lisboa ao sul, pela costa ocidental. Adorava ter uma desculpa para voltar, por isso é obrigatório voltarmos.»

Sem comentários: